quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Quero falar sobre amigos e sobre a importância deles na minha vida, no meu ser. Parece clichê –e é, mas é mais que isso.
Ao longo destes meus vinte e sete anos conheci pessoas incríveis. E o mais incrível é me olhar no espelho e encontrá-los em mim.
Eu nunca fui grande especialista em nenhum assunto e nem uma grande amante de nada específico, talvez porque ainda não encontrei a grande razão da minha existência, minha grande lista de favoritos na vida, minha causa. Mas aí chega um amigo e me dá um pedaço dele: me conta das suas músicas, me conta de seus filmes, de seus livros, me conta de seus filhos, de seus sonhos, de seus grilos, suas experiências, sua causa. Eis que me afeta, me muda, me altera, me melhora. Tudo isso passa a ser meu também, passa a fazer parte de mim. Muitas vezes me pego falando frases que não são minhas, são deles; ou ouvindo coisas, lendo coisas, gostando de coisas que eram deles, mas que passaram a fazer parte de mim.
A cada amigo uma descoberta, um descobrir(-me), um conhecer(-me), um encontrar(-me). 
Não estamos imunes a ninguém que passa por nossa vida – ainda bem!
Quando paro pra pensar em todos os lugares que até hoje fiz paradas mais longas - como empregos, escolas, faculdade, cursos - para cada lugar, cada momento da minha vida, um amigo – ou dois, ou mais. E não importa se ficaram muito ou pouco, pra sempre ou por um café, porque tenho um pedaço deles colado a mim, que faz de mim esta frankenstein, esta colcha de retalhos coloridos, este rosto que reflete no espelho cada um que por aqui passou - e permaneceu. 





terça-feira, 18 de fevereiro de 2014


Para começar a semana: uma xícara de café e uma música boa...



"I'm talking to the shadows
1 o'clock to 4
And Lord, how slow the moments go
When all I do is pour
Black Coffee
Since the blues caught my eye
I'm hanging out on Monday
My Sunday dream's too dry"

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014









Carrego comigo a certeza do eterno jogo de dados de nossas vidas. A descrença no destino me fez mergulhar no livro do físico Leonard Mlodinow e acreditar que vivemos na incerteza do Andar do Bêbado.









Seguindo essa linha, muitas dúvidas surgiram, inclusive até que ponto realmente podemos ser os “donos” de nossas vidas. Javier Bardem interpreta um tetraplégico em Mar Adentro que me ensinou muito sobre questões fundamentais da existência.
















Também carrego comigo a serenidade interiorana atrelada ao turbilhão mental. Um álbum que carrega o rock na sua melhor forma, com nuances de tranquilidade, é o Californication do Red Hot Chili Peppers.









Rodolfo Gomes Almeida

(Rodolfo é namorado da Ju, biólogo de formação, nascido em Ribeirão Preto e incrédulo como os cientistas ousam ser. Ele não gosta de café e promete escrever uma crônica sobre isso para nosso blog. Vamos esperar!!
Obrigada, Rô)

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014




 Azul é a cor mais quente

Meu anjo de azul
Azul do céu
Azul dos rios
Fonte de vida

Eu amo livros. Eu amor ler. A minha primeira coleção de livros foi um pedido pro Papai Noel. Eu tinha 6 anos. Eu tenho uma mandinga que é começar o ano lendo algo ultra incrível e ter um ano igual. E se a leitura é meia-boca preparo os patuás que o ano também pode ser. Como eu estou sempre lendo, sou bem chata com os livros. A história tem que ser na medida, nem muito melada, nem muito amarga. A diagramação tem que ser impecável. O papel, perfeito. Como um bom café, tudo no seu lugar e o que está fora, bem intencionado.  E eu ando lendo taaantos livros escritos ou com arte feita por mulheres ou sobre mulheres que foi delícia escrever pro blog.
Agora eu vou contar sobre a minha primeira grande leitura do ano: Azul é a cor mais quente. HQ linda e sensível que fala sobre Emma e Clémentine, duas garotas apaixonantes que começam a se amar. Clémentine se descobre ao conhecer Emma. Emma se doa pra Clémentine. Juntas elas vão tocando a vida. Elas vivem uma história intensa e ao mesmo tempo tão comum! Quem nunca se apaixonou assim? De perder o fôlego, de pensar na pessoa o dia inteiro, de querer a pessoa pra sempre por perto, no próprio corpo? É tudo tão doce. E é tão delicado. E é tão feminino! Me causa muito espanto o fato de nossa sociedade achar que a história é inusitada pelo fato de mostrar a vida duas mulheres que se amam. Porque é só o amor, né? São duas pessoas que se amam, e só e tão só isso! E o amor é como a gente: O amor é abstrato demais, é indescritível. Ele depende de nós, de como nós o percebemos e vivemos. Se nós não existíssemos, ele não existiria. E nós somos tão inconstantes... Então, o amor não pode não o ser também. O amor se inflama, morre, se quebra, nos destroça, se reanima... nos reanima.
Clémentine tem 15 anos quando conhece Emma. Ela vive um intenso processo de descoberta que, em determinado momento, a silencia e a leva em busca de respostas. Depois de se resolver um tico, há uma cena fofa em que ela está jogando pebolim com os amigos e pensa que a cena é bastante clichê, uma lésbica que joga pebolim com os amigos homens... Mas logo conclui “E daí, merda. Eu estou me divertindo. Estou me sentindo bem.” Doido e doído imaginar que esse tipo de coisa acontece todo dia com inúmeras pessoas.
Azul trouxe pra mim a vontade de um lugar mais amoroso e mais acolhedor. E é muito provável que ele também faça parte do meu processo pois eu nunca saio ilesa de uma leitura. E fujam de mim porque eu vou passar meses só falando disso!

O amor talvez não seja eterno, mas a nós ele torna eternos... Para além da nossa morte, o amor que nós despertamos continua a seguir o seu caminho.

Natália Coltri Fernandes


(Nat é nossa querida amiga e primeira convidada do blog! 
A mãe da Valentina vai aparecer muitas outras vezes por aqui, porque além de muito querida por nós duas, tem um gosto musical, literário e cinematográfico que nos inspira! 
Obrigada, Naná!)

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Para nós, os livros, os CDs e os filmes são mais do que simples objetos, são sinônimos de emoção, de alegria e de amor. Cada história, imagem e melodia compõe a nossa vida e é levada conosco aonde quer que vamos.

Criamos esta seção no blog para conhecer "os favoritos" de cada um, o que cada pessoa carrega consigo.

O que a Carol carrega consigo...


A dupla vida de Véronique, de Krzysztof Kieslowski.
Ele me capturou em Não amarás, depois, não consegui parar mais. Perdi a conta de quantas vezes assisti a Véronique.

O livro Só garotos, da Patti Smith.
Adoro histórias de amor, essa é a minha favorita.

O CD The Great Show Live in Paris, da Nina Simone.
Fico me imaginando na platéia assistindo a Nina nesse show lindo!




O que a Ju carrega consigo...

Fazer lista de favoritos é sempre muito difícil pra mim. Até porque sei que li pouco, ouvi pouco, vi pouco perto de tudo que existe, perto de tudo que ainda quero ler, ouvir e ver. É como se o favorito estivesse por vir. Sei também que o que gosto muito hoje, amanhã já posso ter mudado de ideia... Mas uma coisa sei que não muda: eu sempre prefiro a poesia! Sendo assim, segue um pouco da poesia que carrego comigo!

O livro Sentimento do Mundo, Carlos Drummond de Andrade
O filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, Jean-Pierre Jeunet


E o CD Ventura, dos Los Hermanos
Agora é sua vez de nos contar o que você carrega consigo... Envie para fragrantcafe@gmail.com!

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

"EVEN A BAD COFFEE IS BETTER THAN NO COFFEE AT ALL" 
 (David Lynch)
“Mesmo um café ruim é melhor que nenhum café.”

Uma ótima semana para todos!

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Alguém consegue imaginar o Bob Marley nos palcos com 68 anos? Pois é a idade que ele faria hoje, em 6 de fevereiro de 2014.
As vezes eu fico imaginando como seria se ele e outros grandes músicos ainda estivessem vivos. Bob Marley, Nina Simone, John Lennon e tantos outros que usaram a música como arma política, simbólica e poética para atingir os donos do poder e para mostrar ao povo que as palavras têm tanto poder quanto as ações. Ou alguém duvida do poder desta música:


“Buffalo Soldier, Dreadlock Rasta,
There was a Buffalo Soldier,
In the heart of America.”
“Stolen from Africa, brought to America,
Fighting on arrival, fighting for surviva.l”

“I mean it, when I analyse the stench,
To me, it makes a lot of sense,
How the Dreadlock Rasta was the Buffalo Soldier.”
“And he was taken from Africa, brought to America,
Fighting on arrival, fighting for survival.”

“Said he was a Buffalo Soldier, Dreadlock Rasta,
Buffalo Soldier, in the heart of America.”


É fato que vivemos em uma época muito diferente da deles. Em suas canções eles expressavam o repúdio pela opressão, e mostraram que valores como igualdade, liberdade, justiça, amor, respeito à diversidade são princípios comuns a toda humanidade. As suas letras ganharam força política e influenciaram milhares de pessoas ao redor do mundo.
Pensando bem, tenho medo de imaginar como seria se eles estivessem aqui hoje, em que o amor é só mais um assunto para compor uma música de sucesso e “Is This Love” é só o tema do comercial do danoninho.

De qualquer forma, eu os carrego sempre comigo, como modelo de pessoas, de artistas e de líderes que foram e que sempre serão para aqueles lutam por dias melhores para todos.

"One Love, one heart, let's get together and feel alright"



 
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