Quero falar sobre
amigos e sobre a importância deles na minha vida, no meu ser. Parece clichê –e é, mas é mais que isso.
Ao longo destes meus
vinte e sete anos conheci pessoas incríveis. E o mais incrível é me olhar no
espelho e encontrá-los em mim.
Eu nunca fui grande
especialista em nenhum assunto e nem uma grande amante de nada específico,
talvez porque ainda não encontrei a grande razão da minha existência, minha
grande lista de favoritos na vida, minha causa. Mas aí chega um amigo e me dá
um pedaço dele: me conta das suas músicas, me conta de seus filmes, de seus
livros, me conta de seus filhos, de seus sonhos, de seus grilos, suas
experiências, sua causa. Eis que me afeta, me muda, me altera, me melhora. Tudo
isso passa a ser meu também, passa a fazer parte de mim. Muitas vezes me pego
falando frases que não são minhas, são deles; ou ouvindo coisas, lendo coisas,
gostando de coisas que eram deles, mas que passaram a fazer parte de mim.
A cada amigo uma
descoberta, um descobrir(-me), um conhecer(-me), um encontrar(-me).
Não estamos imunes a
ninguém que passa por nossa vida – ainda bem!
Quando paro pra
pensar em todos os lugares que até hoje fiz paradas mais longas - como
empregos, escolas, faculdade, cursos - para cada lugar, cada momento da minha
vida, um amigo – ou dois, ou mais. E não importa se ficaram muito ou pouco,
pra sempre ou por um café, porque tenho um pedaço deles colado a mim, que faz
de mim esta frankenstein,
esta colcha de retalhos coloridos, este rosto que reflete no espelho cada um
que por aqui passou - e permaneceu.